Antonio Sampaio - Vida de escritor

Antonio Sampaio - Vida de escritor

Conte-nos sobre a sua carreira de escritor. Como ela aconteceu?

A carreira de escritor começa lendo, rsrs. Se eu não tivesse lido livros de aventura, livros policiais, e também gibis, desde a infância, eu não teria tido a ideia de escrever. As histórias aumentam a nossa imaginação e as nossas possibilidades. E uma das possibilidades é, justamente, escrever: imaginar um mundo diferente. E se você quer realizar todos os seus sonhos nesse mundo, você realiza. Da mesma forma, você pode ler um livro que estimule os seus sonhos.
Qual foi o grande desafio para se tornar um escritor?
O primeiro grande desafio é… acabar uma história. Se você se deixa levar pela imaginação, não necessariamente chega a uma conclusão -- como na vida. A vida vai se desdobrando, não há um “fim” conclusivo. Então, você precisa aprender COMO concluir as histórias - como se fosse uma etapa da vida que você encerra. Eu comecei a escrever um livro com 11 anos, mas só concluí um livro (ruim) com 19. Pode ser realmente difícil concluir uma etapa, fechar, virar a página, partir para outra. Mas é necessário.
De onde vem a sua inspiração para escrever?
De um lugar misterioso. Da vida. Do sonho. De desejos não realizados. Ou, em grande parte, da observação. Observação dos fatos, das relações humanas, dos “porquês” que não são nada óbvios, ou seja, do que aprendemos no percurso. Pois há momentos na vida em que temos um “Flash”, cai a ficha, baixa o santo, somos iluminados por uma nova verdade. E aí é difícil não escrever sobre isso.
Seus personagens são baseados em pessoas ou situações que você já vivenciou?
Eu escrevi "Um amigo inesquecível", um juvenil que teve mais de 10 edições pela Editora Atual. Esse amigo inesquecível não existiu, foi uma criação, um personagem realmente inventado. Mas no livro estão lembranças da infância, situações que eu vivi, escola, amigos, revistas de mulher pelada, brigas, coisas até muito pessoais - mas dissolvidas nas águas da ficção.
Qual foi o momento mais emocionante na sua carreira?Receber elogios - ou ler elogios na Internet - sobre os meus livros é sempre emocionante… Alguém leu, viajou na história, enfim, chegou ao ponto de sentir a necessidade de responder de alguma forma. A comunicação - artística (que inclui a emoção) - aconteceu.
Como é uma semana atípica na sua vida?Atípica ou típica?
Bem, varia muito, pois às vezes eu me dedico mais a aulas, às vezes à ficção. Adivinha o que causa mais ansiedade, expectativa, medo? No entanto, escrever uma história é muito mais emocionante e prazeroso. Aí tem o trabalho de levar esse trabalho adiante: fazendo contatos, enviando exemplares para algumas pessoas - mas isso também é típico para mim.
Você tem outra paixão além da escrita?
Sim, as artes como um todo são uma paixão para mim. Teatro e Artes Plásticas são paixões. Eu já me dediquei a ambas, mas é claro que falta tempo para fazer tudo isso. Criei azulejos decorados com desenhos originais, fiz painéis em locais públicos e em casas particulares. A beleza me inspira, então criar beleza é um grande desafio e uma grande motivação.

Como você gasta seu tempo livre?
Quem é que não vê Netflix nos dias de hoje? Rsrs. Mas a melhor opção de todas é viajar. Viajar para um lugar desconhecido é como ler um livro, é um universo que se rasga diante de si. E nesse momento você começa a ter uma vida nova, tantas são as novas impressões, sensações, ideias, uma liberdade radical que se pode sentir poucas vezes na vida...
Qual é o seu próximo desafio?
É sempre o próximo livro. Para ter uma ideia, eu tenho ideias agora para três livros. Por qual começar? Bem, a lógica diz que devo começar pelo mais fácil, mas sem dúvida eu não deveria parar de pensar nas outras possibilidades, afinal elas já estão na minha cabeça. Quer saber de uma coisa? O maior desafio agora é conseguir trabalhar em mais de um livro ao mesmo tempo, nem que seja dando prioridade a

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